21 de fev. de 2019

em belo horizonte
orides fontela:
toda palavra é crueldade
[org. nathan matos]


Orides Fontela é uma poeta muita conhecida? Talvez seja muito fácil responder a essa pergunta se lembrarmos que a autora recebeu um prefácio e uma orelha de ninguém menos que Antonio Candido. Além disso, foi lida e avaliada por diversos críticos de literatura como Davi Arrigucci, Alcides Villaça, Augusto Massi, Flora Sussekind, Haquira Osakabe, Elizabeth Hazin etc. Entre seus pares recebeu leituras de gerações diferentes, de 1970 para cá, como Cacaso, Ivan Junqueira, Age de Carvalho, Rodrigo Garcia Lopes, Donizete Galvão, Heitor Ferraz. E não ficaram de fora diversos jornalistas que também resenharam seus livros no calor da hora, e na maioria das vezes sempre com críticas favoráveis. Em sua maior parte os textos saíram em jornais diários, revistas semanais e acadêmicas. Num intervalo de tempo relativamente curto teve a reunião de sua obra por três editoras diferentes. Afora isso, no âmbito da academia estudos vêm sendo feitos. De fato, Orides Fontela foi reconhecida em vida e depois de vinte anos de sua morte continua sendo lembrada. Em 2015 saiu uma biografia contando a trajetória dessa importante poeta contemporânea, e que, infelizmente, morreu numa situação de pobreza. Em se tratando de poesia e de uma poeta com um histórico de convivência complicada, a recepção não poderia ter sido melhor, como de fato foi e merecidamente. Afinal, a sua poesia de extrema contenção de palavras, de um lirismo seco; sem vincular a nenhuma moda, inclusive ao feminismo. Aliás, o único poeta mais citado nas entrevistas não por acaso é Carlos Drummond, que Orides Fontela diz que no poeta mineiro está a gênese de sua poesia.

Os depoimentos, entrevistas e resenhas aqui reunidos ilustram a dimensão da potência que a palavra tinha para Orides Fontela. Contudo é de dar pena ler certas passagens em que a poeta revela, por várias vezes, sua condição social. Por outro lado, seu humor corrosivo e direto nas respostas, inclusive sobre poesia e certos poetas, não perdoando nem a si mesma, dá o que pensar sobre como cada poeta assume publicamente seus limites críticos. Nota-se, por exemplo, que seus textos/resenhas demonstram não só uma lâmina afiadíssima, mas uma autora independente e que elogia e critica quando é necessário, sem meias palavras.

Com este conjunto de textos vindos em boa hora, os interessados não apenas na obra da poeta, mas leitores de poesia e, sobretudo, poetas, certamente tirarão ótimo proveito avaliativo de cada parte. Que no futuro a editora Moinhos possa reunir também os melhores textos escritos sobre Orides Fontela.

SOBRE ORIDES FONTELA
Orides Fontela nasceu em 1940, em São João da Boa Vista, interior de São Paulo. Cursou filosofia na USP e acabou publicando cinco livros em vida: Transposição, Helianto, Alba, Rosácea e Teia. Teve seus quatro primeiros livros reunidos em Trevo, e por duas vezes toda a sua poesia foi publicada em um único volume, primeiro pela extinta Cosac Naify, e, em 2015, pela Hedra. Orides Fontela foi uma das maiores poetas que o Brasil já teve.

SOBRE A EDITORA
A Editora Moinhos é uma casa editorial independente que surgiu em 2016, com o objetivo de publicar livros nos mais diversos gêneros. A Moinhos pretende realizar o resgate de grandes clássicos da literatura brasileira e estrangeiras, buscando viabilizar obras ainda inéditas no país. Para cada autor que nos procurar, seremos como um moinho, uma fonte de energia que impulsionará o seu trabalho, dando atenção individualizada ao texto e ao projeto gráfico do livro, a fim de entregar ao público uma obra de qualidade tanto impressa como digital.

SERVIÇO
Livro Orides Fontela: toda palavra é crueldade
ISBN: 978-85-45557-65-4
Valor: R$ 40,00
Formato: 14x21
Número de Páginas: 156 páginas
Editora: Moinhos

LANÇAMENTO
Dia 23 de fevereiro, sábado
Livraria Quixote, em Belo Horizonte
Rua Fernandes Tourinho, 274 - Savassi
A partir das 11 h

MAIS INFORMAÇÕES
(031) 3463-8830 – Camila Araujo | Nathan Matos (Editores)




o nervo do poema
antologia para orides fontela
[org. patricia lavelle e paulo
henriques britto]


O livro conta com poemas de Ana Martins Marques, Paula Glenadel, Josely Vianna Baptista, Lu Menezes, Patrícia Lavelle, Leila Danziger, Marcos Siscar, Masé Lemos, Marília Garcia, Laura Erber, Edimilson de Almeida Pereira, Prisca Agustoni, Alice Sant'ana, Heitor Ferraz Mello, Tarso de Melo, Katia Maciel, Simone Brantes, Ricardo Domeneck, Mônica de Aquino, Claudia Roquette-Pinto, Paulo Henriques Britto, Ricardo Aleixo e Age de Carvalho.

"Essa antologia reúne releituras contemporâneas da poesia de Orides Fontela e poemas que, como os dela, exploram as inervações reflexivas das imagens poéticas, criando “logopeias”. Procuramos ,assim, esboçar um panorama das retomadas e releituras da poeta, ou de caminhos por ela indicados, em diferentes poéticas contemporâneas. Para isso, contamos com as contribuições de 23 autores, que enviaram textos inéditos, compostos especialmente para esta edição, e/ou trabalhos publicados que se inscrevem de maneira significativa em nossa proposta editorial. Sem excluir a participação de poetas homens, o conjunto de poemas aqui reunido procurou refletir a importância da produção de mulheres que, como Orides, vêm trazendo inovações importantes para a poesia brasileira contemporânea, e em particular para suas relações com o pensamento". Patrícia Lavelle e Paulo Henriques Britto.

SOBRE ORIDES FONTELA
Orides Fontela nasceu em 1940, em São João da Boa Vista, interior de São Paulo. Cursou filosofia na USP e acabou publicando cinco livros em vida: Transposição, Helianto, Alba, Rosácea e Teia. Teve seus quatro primeiros livros reunidos em Trevo, e por duas vezes toda a sua poesia foi publicada em um único volume, primeiro pela extinta Cosac Naify, e, em 2015, pela Hedra. Orides Fontela foi uma das maiores poetas que o Brasil já teve.

SOBRE A EDITORA
A proposta editorial da Relicário Edições aproxima-se da definição de seu verbete, com a diferença de que a transpomos para um sentido laico. Escritas por mãos humanas, as palavras são fruto de um amálgama de sentidos, percepções e afetos — muitas delas palavras-relíquias, signos carregados de aura, rastros de tempo. A verdade é que desde muito as palavras possuem uma morada cativa — o livro é por excelência o relicário das letras. Queremos dar continuidade à função mais cara que o livro escrito possui: preservar e divulgar os saberes e memórias postos em letras e palavras por seus autores.

SERVIÇO
Livro O nervo do poema, antologia para Orides Fontela
ISBN: 978-85-66786-84-2
Valor: R$ 34,00
Formato: 14x21
Número de Páginas: 152 páginas
Editora: Relicário

LANÇAMENTO
Dia 23 de fevereiro, sábado
Livraria Quixote, em Belo Horizonte
Rua Fernandes Tourinho, 274 - Savassi
A partir das 11 h

MAIS INFORMAÇÕES
(031) 3463-8830 – Camila Araujo | Nathan Matos (Editores)




trama
exposição de joão diniz







em são paulo
literatura e refúgio,
com francesca cricelli