em belo horizonte
orides fontela:
toda palavra é crueldade
[org. nathan matos]
Orides Fontela é uma poeta
muita conhecida? Talvez seja muito fácil responder a essa pergunta se
lembrarmos que a autora recebeu um prefácio e uma orelha de ninguém menos que
Antonio Candido. Além disso, foi lida e avaliada por diversos críticos de
literatura como Davi Arrigucci, Alcides Villaça, Augusto Massi, Flora
Sussekind, Haquira Osakabe, Elizabeth Hazin etc. Entre seus pares recebeu
leituras de gerações diferentes, de 1970 para cá, como Cacaso, Ivan Junqueira,
Age de Carvalho, Rodrigo Garcia Lopes, Donizete Galvão, Heitor Ferraz. E não
ficaram de fora diversos jornalistas que também resenharam seus livros no calor
da hora, e na maioria das vezes sempre com críticas favoráveis. Em sua maior
parte os textos saíram em jornais diários, revistas semanais e acadêmicas. Num
intervalo de tempo relativamente curto teve a reunião de sua obra por três
editoras diferentes. Afora isso, no âmbito da academia estudos vêm sendo
feitos. De fato, Orides Fontela foi
reconhecida em vida e depois de vinte anos de sua morte continua sendo
lembrada. Em 2015 saiu uma biografia contando a trajetória dessa importante
poeta contemporânea, e que, infelizmente, morreu numa situação de pobreza. Em
se tratando de poesia e de uma poeta com um histórico de convivência
complicada, a recepção não poderia ter sido melhor, como de fato foi e
merecidamente. Afinal, a sua poesia de extrema contenção de palavras, de um
lirismo seco; sem vincular a nenhuma moda, inclusive ao feminismo. Aliás, o
único poeta mais citado nas entrevistas não por acaso é Carlos Drummond, que Orides Fontela diz que no poeta mineiro
está a gênese de sua poesia.
Os depoimentos,
entrevistas e resenhas aqui reunidos ilustram a dimensão da potência que a
palavra tinha para Orides Fontela.
Contudo é de dar pena ler certas passagens em que a poeta revela, por várias
vezes, sua condição social. Por outro lado, seu humor corrosivo e direto nas
respostas, inclusive sobre poesia e certos poetas, não perdoando nem a si
mesma, dá o que pensar sobre como cada poeta assume publicamente seus limites
críticos. Nota-se, por exemplo, que seus textos/resenhas demonstram não só uma
lâmina afiadíssima, mas uma autora independente e que elogia e critica quando é
necessário, sem meias palavras.
Com este conjunto
de textos vindos em boa hora, os interessados não apenas na obra da poeta, mas
leitores de poesia e, sobretudo, poetas, certamente tirarão ótimo proveito
avaliativo de cada parte. Que no futuro a editora Moinhos possa reunir também
os melhores textos escritos sobre Orides
Fontela.
SOBRE ORIDES FONTELA
Orides Fontela nasceu em 1940,
em São João da Boa Vista, interior de São Paulo. Cursou filosofia na USP e
acabou publicando cinco livros em vida: Transposição,
Helianto, Alba, Rosácea e Teia. Teve seus quatro primeiros livros
reunidos em Trevo, e por duas vezes
toda a sua poesia foi publicada em um único volume, primeiro pela extinta Cosac
Naify, e, em 2015, pela Hedra. Orides
Fontela foi uma das maiores poetas que o Brasil já teve.
SOBRE A EDITORA
A Editora Moinhos é uma casa editorial
independente que surgiu em 2016, com o objetivo de publicar livros nos mais
diversos gêneros. A Moinhos pretende
realizar o resgate de grandes clássicos da literatura brasileira e
estrangeiras, buscando viabilizar obras ainda inéditas no país. Para cada autor
que nos procurar, seremos como um moinho, uma fonte de energia que impulsionará
o seu trabalho, dando atenção individualizada ao texto e ao projeto gráfico do
livro, a fim de entregar ao público uma obra de qualidade tanto impressa como
digital.
SERVIÇO
Livro Orides Fontela: toda palavra é crueldade
ISBN: 978-85-45557-65-4
Valor: R$ 40,00
Formato: 14x21
Número de Páginas: 156 páginas
Editora: Moinhos
LANÇAMENTO
Dia 23 de fevereiro, sábado
Livraria Quixote, em Belo Horizonte
Rua Fernandes Tourinho, 274 - Savassi
A partir das 11 h
MAIS INFORMAÇÕES
Pelo e-mail editoramoinhos@gmail.com
(031) 3463-8830 – Camila Araujo | Nathan Matos
(Editores)
o nervo do poema
antologia para orides fontela
[org. patricia lavelle
e paulo
henriques britto]
O livro conta com
poemas de Ana Martins Marques, Paula Glenadel, Josely Vianna Baptista, Lu
Menezes, Patrícia Lavelle, Leila Danziger, Marcos Siscar, Masé Lemos,
Marília Garcia, Laura Erber, Edimilson de
Almeida Pereira, Prisca Agustoni,
Alice Sant'ana, Heitor Ferraz Mello, Tarso
de Melo, Katia Maciel, Simone Brantes, Ricardo Domeneck, Mônica de
Aquino, Claudia Roquette-Pinto, Paulo Henriques Britto, Ricardo Aleixo e Age de Carvalho.
"Essa
antologia reúne releituras contemporâneas da poesia de Orides Fontela e poemas
que, como os dela, exploram as inervações reflexivas das imagens poéticas,
criando “logopeias”. Procuramos ,assim, esboçar um panorama das retomadas e
releituras da poeta, ou de caminhos por ela indicados, em diferentes poéticas
contemporâneas. Para isso, contamos com as contribuições de 23 autores, que
enviaram textos inéditos, compostos especialmente para esta edição, e/ou
trabalhos publicados que se inscrevem de maneira significativa em nossa
proposta editorial. Sem excluir a participação de poetas homens, o conjunto de
poemas aqui reunido procurou refletir a importância da produção de mulheres
que, como Orides, vêm trazendo inovações importantes para a poesia brasileira
contemporânea, e em particular para suas relações com o pensamento". Patrícia Lavelle e Paulo Henriques Britto.
SOBRE ORIDES FONTELA
Orides Fontela nasceu em 1940,
em São João da Boa Vista, interior de São Paulo. Cursou filosofia na USP e
acabou publicando cinco livros em vida: Transposição,
Helianto, Alba, Rosácea e Teia. Teve seus quatro primeiros livros
reunidos em Trevo, e por duas vezes
toda a sua poesia foi publicada em um único volume, primeiro pela extinta Cosac
Naify, e, em 2015, pela Hedra. Orides
Fontela foi uma das maiores poetas que o Brasil já teve.
SOBRE A EDITORA
A proposta
editorial da Relicário Edições
aproxima-se da definição de seu verbete, com a diferença de que a transpomos
para um sentido laico. Escritas por mãos humanas, as palavras são fruto de um
amálgama de sentidos, percepções e afetos — muitas delas palavras-relíquias,
signos carregados de aura, rastros de tempo. A verdade é que desde muito as
palavras possuem uma morada cativa — o livro é por excelência o relicário das
letras. Queremos dar continuidade à função mais cara que o livro escrito
possui: preservar e divulgar os saberes e memórias postos em letras e palavras
por seus autores.
SERVIÇO
Livro O nervo do poema, antologia para Orides Fontela
ISBN: 978-85-66786-84-2
Valor: R$ 34,00
Formato: 14x21
Número de Páginas: 152 páginas
Editora: Relicário
LANÇAMENTO
Dia 23 de fevereiro, sábado
Livraria Quixote, em Belo Horizonte
Rua Fernandes Tourinho, 274 - Savassi
A partir das 11 h
MAIS INFORMAÇÕES
Pelo e-mail editoramoinhos@gmail.com
(031) 3463-8830 – Camila Araujo | Nathan Matos
(Editores)
trama
exposição de joão diniz
em são paulo
literatura e refúgio,
com francesca cricelli