na web
depois da rua tutoia,
de eduardo reina
A ditadura sequestrou bebês? Por que o Brasil não
investigou esse tema?
Depois da Rua
Tutoia,
do jornalista Eduardo Reina, envolve
personagens reais e de ficção para falar desse momento histórico e sua
consequência na vida das pessoas até hoje
O Brasil teve
bebês sequestrados por agente da ditadura? Havia maternidades clandestinas,
como nos países vizinhos, durante os anos de chumbo? Houve algum caso de bebê
roubado de mães que lutaram contra a ditadura e entregue a empresários que
financiaram o regime de exceção? São perguntas ainda sem respostas na história
do Brasil. E nenhum governo civil após os chamados anos de chumbo ousou
determinar uma investigação sobre esses temas. Trata-se de uma questão ainda
não resolvida da ditadura brasileira e na memória do país.
O jornalista Eduardo Reina pesquisou o tema e relata
um caso emblemático, o único registrado oficialmente: é o de Lia Cecília da
Silva Martins, empresária de 41 anos (segundo registro feito pelos pais
adotivos) que hoje mora no Rio de Janeiro. No início da década de 1970, ela foi
sequestrada ainda bebê e levada para um internato na cidade de Belém por dois
militares que atuaram contra a guerrilha no Araguaia. Acabou adotada por uma
família paraense, que desconhecia a origem da criança.
Paralelamente à
pesquisa, Eduardo Reina escreveu um
livro que conta a triste e violenta história do sequestro de bebês por agentes
da repressão na ditadura no Brasil — e como essas pessoas viveram depois desse
conturbado período. Todos os personagens são baseados em histórias reais de
pessoas que viveram, lutaram contra, sofreram ou apoiaram a repressão nos anos
de chumbo. São as histórias de Margareth e José Eugênio, Theóphilo e Cláudia
Prócula, e principalmente de Verônica, personagens criados no livro Depois da Rua Tutoia (11 Editora).
É uma ótima base
para debates sobre esse momento da história. Afinal, o sequestro de filhos e
filhas de militantes de esquerda durante os anos da mais recente ditadura
brasileira e entregue a outras famílias, uma ação muito usual nos países do
Cone Sul, principalmente na Argentina, também aconteceu no Brasil.
E qual a razão de
não ter havido investigação sobre esse doloroso, mas presente, tema da história
brasileira, durante os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade? E se houve
alguma busca, por que não foi levada adiante?
Depois da Rua Tutoia
O livro de Eduardo Reina é uma obra romanceada com
base na história contemporânea do Brasil. Há personagens criados pelo autor e
personagens reais que interagem, contando os fatos ocorridos na época e
chamando a atenção do leitor para importantes fatos do cotidiano da época.
O romance começa
mostrando a vida de Margareth e José Eugênio, militantes de esquerda que
lutaram contra o regime de opressão na década de 1960. O casal criou uma célula
de resistência no município de Mauá, região do ABC paulista, e trabalhou numa
fábrica de porcelana. A mesma onde o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, foi
funcionário naquela década.
Juntos com
membros da Igreja Católica, organizaram os operários e moradores pobres da
região. Mas foram localizados por agentes da repressão. Margareth ficou presa
no DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações-Centro de Operações de
Defesa Interna), na Rua Tutoia, na capital paulista, centro de prisão e tortura
durante as décadas de 1960 e 1970.
A história criada
por Eduardo Reina mostra o que
aconteceu com a militante presa e a filha que teve no cárcere. São as vidas
desenvolvidas depois da prisão no DOI-Codi da Rua Tutoia.
A bebê é entregue
a um poderoso e influente empresário paulista, que comandava um grupo
financiador de movimentos de repressão, principalmente os clandestinos. A
menina cresce e começa a vivenciar uma série de problemas na família adotiva.
Com o passar do
tempo, Verônica sai à busca de sua verdadeira origem, enquanto a mãe biológica,
morando na Europa, desenvolve pesquisa e trabalhos acadêmicos com famílias de
desaparecidos políticos.
Verônica é uma
alma atormentada, aprisionada à história, ou à falta de história. Passa a vida
à busca da verdade.
Depois da Rua Tutoia mostra
idealismo, corrupção, tortura, amor, traição, ódio e a convivência entre o bem
e o mal escondidos na alma dos homens e na história do Brasil durante aquele
período. Com consequências inimagináveis que persistem até hoje, mais de 30
anos após o fim da ditadura.
"A ficção é
a narrativa que contesta o mundo". Salman
Rushide, escritor anglo-indiano.
O livro está em
pré-venda no site da 11 Editora [www.11editora.com.br].
Lançamento oficial em local e data a ser divulgados.
Sobre o autor
Atualmente é
coordenador do Departamento de Imprensa da Artesp. Trabalhou em vários jornais,
revistas e periódicos, rádios e televisão em São Paulo e no interior, desde
1983. Atuou como diretor de redação, editor, colunista e repórter. Também foi
assessor de imprensa de entidades, empresas e sindicatos. Ganhou vários prêmios
de jornalismo como o Abril, o Estado e o Imprensa Sindical. Este último lhe
proporcionou fazer curso de complementação na Organização Internacional do
Trabalho (OIT) na Suíça, em 1993. Em 2010, seu blogue venceu o prêmio Estado.
No mesmo ano também foi menção honrosa no prêmio Excelência Jornalística da
Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). Autor do livro de contos policiais No Gravador (2003). Integrante dos livros
O Conto Brasileiro Hoje, Volume 5
(2007) e Contos e Casos Populares
(introdução de Paulo Freire, 1984). Também atuou como ghost-writer em
livro-biografia nos últimos anos.
Mais informações
com o autor pelos telefones (11) 99602-7315 e (11) 99232-3551 ou pelo e-mail edu.reina@hotmail.com.