26 de jan. de 2016

no rio de janeiro
outros cantos,
de maria valéria rezende







na estação das letras
clarice: uma aprendizagem,
por josé castello




Nesse curso, através da leitura e do debate de alguns textos breves de Clarice Lispector, pretende-se, modestamente, refazer seu próprio percurso. Seguir, ao pé da letra, suas lições: escrever (ler) para ir além da escrita (da leitura). No fim, é sempre da própria vida que se trata. A leitura dos relatos de Clarice ajuda a expandir nossa visão do mundo, a lidar com ele — e com nós mesmos — com mais liberdade, em consequência, ajuda a viver — e a respirar — melhor.

Guimarães Rosa disse, certa vez, que lia Clarice Lispector "para viver". Os leitores, em geral, costumam esperar dos livros de Clarice muito mais do que uma simples experiência de prazer estético. Não só esperam mais, eles encontram mais. O que encontram? Falando de Clarice, Otto Lara Resende tentou resumir: "Não se trata de literatura, mas de bruxaria". Maior especialista europeia na obra de Clarice Lispector, a francesa Hélène Cixous já garantiu, ao contrário, que Clarice não fez literatura, "mas filosofia".

É sempre muito difícil determinar o lugar — e mesmo o status — da literatura de Clarice Lispector. Trata-se, antes de tudo, de uma escrita de fronteira, libertária e indomável, que faz uso das palavras para interrogar temas e questões que em muito as ultrapassam. "Escrevo para chegar detrás de detrás do pensamento", a própria Clarice definiu certa vez. Uma literatura, portanto, que pretende perfurar as palavras e rasgar a linguagem. Que abandona e repudia todos os protocolos intelectuais e toda a "vida literária". Que inclui, sempre, aspectos desprezados pela "grande literatura", como os sentimentos, os devaneios pessoais e a intuição. Interessada, apenas, em encontrar o que as palavras escondem. O que, exatamente? Voltamos a Guimarães Rosa: a própria vida. O que poderia ser mais?

Livro de referência: A descoberta do mundo, reunião das crônicas de Clarice Lispector, editada pela Nova Fronteira em 1984. Há uma reedição recente com o selo da Rocco.

José Castello – Escritor e crítico literário do suplemento "Prosa", de O Globo. Autor, entre outros, de As melhores crônicas de José Castello, volume organizado e prefaciado para a Global Editora pela crítica literária Leyla Perrone Moisés no ano de 2003. É, ainda, cronista regular do site "Vida Breve" [www.vidabreve.com.br], no qual publica as crônicas das terças-feiras.

Dias 16, 18, 23 e 25/02 (terças e quintas-feiras) das 16h às 18h | Carga horária: 8h | 2x R$ 225,00 | Taxa de matrícula: R$ 50,00

As inscrições estão abertas pelo tel.: (21) 3237-3947. A Estação fica na R. Marquês de Abrantes, 177, Flamengo.





na web
cepe lança a segunda edição do
prêmio nacional de literatura


Da esquerda para a direita: Marco Polo (superintendente de produção),Ricardo Leitão
(diretor-presidente) e Ricardo Melo (diretor de produção e edição). Foto de Rafael Chagas/Cepe


Concurso distribuirá um prêmio total de R$ 80 mil

Considerado um dos principais concursos literários do país, o Prêmio Nacional Cepe de Literatura terá o edital de sua segunda edição disponibilizado no dia 12 de fevereiro de 2016, pelo endereço www.cepe.com.br.

Em entrevista coletiva realizada na Companhia Editora de Pernambuco (Cepe),  o diretor-presidente da Cepe, Ricardo Leitão, informou que, com exceção da ampliação do prazo de inscrição — que irá de 1º de março a 15 de junho —, o edital adotará os mesmos critérios do da edição anterior do prêmio.

Como na primeira edição, o concurso distribuirá um prêmio total de R$ 80 mil, sendo R$ 20 mil para os primeiros lugares de cada categoria: romance, conto, poesia e literatura infantojuvenil. Cada concorrente só poderá se inscrever em apenas uma das quatro categorias.


Lançado em 2015, dentro das comemorações dos 100 anos da Imprensa Oficial de Pernambuco, o prêmio, e sua primeira edição, contabilizou 579 inscrições, oriundas de quase todos estados brasileiros. Também se inscreveram brasileiros residentes em outros países, como Portugal, Chile, Estados Unidos e Holanda.