18 de out. de 2019

em são paulo
um clitóris encostado na eternidade,
de matheus arcaro


Um clitóris encostado na eternidade é o novo livro de Matheus Arcaro

Depois de três livros bem-sucedidos, tanto em público quanto em crítica, Matheus Arcaro
publica seus poemas. Obra será lançada no dia 26 de outubro, em São Paulo

Um clitóris encostado na eternidade, de Matheus Arcaro, será lançado no dia 26 de outubro no Patuscada — Livraria, Bar e Café. O autor, que já tem publicados dois livros de contos Violeta velha e outras flores e Amortalha e um romance O lado imóvel do tempo experimenta, pela primeira vez, a poesia.

Apesar de mergulhar no novo gênero literário, Matheus Arcaro sempre afirmou que não se considera poeta, mas prosador. "De qualquer modo, são anos de lapidação dos poemas, alguns que já existiam muito antes do lançamento do meu primeiro livro, em 2014", comenta.

Ao contrário do que muitos leitores imaginam, o escritor considera a criação poética mais difícil que a prosa. "Na poesia, geralmente não há um enredo que sustente o texto. A poesia é a linguagem em estado febril e, talvez por isso, ela seja a mais útil das artes. Útil não no sentido usual, já que a poesia vale por si, mas no sentido de excitar no humano seus estados interiores mais profundos", complementa Arcaro.

Como aconteceu com outros três livros do autor, este também é uma produção da Patuá, editora paulistana que vem recebendo vários prêmios em âmbito nacional.

A obra traz 48 poemas, divididos em sete seções temáticas, cujos títulos são, no mínimo, intrigantes: "no confessionário ou no umbigo de deus" e "na ágora de agora ou na falta dela" são dois exemplos. Cada seção tem a ilustração do artista Ubirajara Junior.

Com referência ao título do livro, uma pergunta que Arcaro tem recebido com frequência: por que "um clitóris encostado na eternidade"? A epígrafe, retirada de uma obra inventada pelo autor, pode ser um indício. "É na arte, em especial na poesia, que sagrado e profano se costuram".

O autor explica que o título, na verdade, era um poema de um único verso do livro: "fazer poesia é encostar um clitóris na eternidade". Para ele, é na poesia que se goza o encontro entre efêmero e duradouro, entre ser e devir, entre uno e múltiplo. A poesia é a ponte entre o orgasmo sensível e o intelectual. É a objetivação do que é subjetivo, como escreve Manoel Herzog na orelha da obra: "o clitóris encostado na eternidade é o próprio poeta, antena de sensibilidade que não foge às experiências do mundo tal e qual se apresentam. Frente à eternidade, o intelectual, o cientista, o observador, todos se concentram na figura única do poeta, ao fim e ao cabo".

Quem é o autor
Matheus Arcaro é mestrando em Filosofia contemporânea pela Unicamp. Pós-graduado em História da Arte. Graduado em Filosofia e também em Comunicação Social. É professor, artista plástico, palestrante e escritor, autor do romance O lado imóvel do tempo (Patuá, 2016) e dos livros de contos Violeta velha e outras flores (Patuá, 2014) e Amortalha (Patuá, 2017). Também colabora com artigos para vários portais e revistas.

Serviço
Lançamento do livro Um clitóris encostado na eternidade, poesia.
Autor: Matheus Arcaro
Data: 26 de outubro, sábado
Local: Patuscada — Livraria, Bar e Café (Rua Luís Murat, 40 – Vila Madalena)
Horário: 19 h

Trecho da orelha, escrita por Manoel Herzog
Para um homem que já se lançou com proficiência notável à pintura, à filosofia, ao magistério, à literatura em prosa, seja no romance ou nos contos muito bem urdidos, a poesia, máximo que a expressão humana pode alcançar, era o estágio que inevitavelmente coroaria um trabalho que vem, não diria num crescendo, pois é como se, atemporal, nascesse maduro, mas numa constância, e muda de forma sem que se lhe altere a essência.

Nos capítulos deste Clitóris úmido e lancinante, que reverbera a dor do mundo (a tal "dor e delícia de ser o que se é" de que nos fala Caetano), pode o leitor navegar por aspectos da psicologia, da poesia, da metalinguagem, e também da condição política, pois Matheus é mais que tudo alma sensível às mazelas que derroem um país assolado pelo fascismo e pela ignorância. Bálsamo contra a insensibilidade e a rudeza que grassam nos dias de hoje, a leitura da obra de Matheus Arcaro é necessária pra se continuar vivendo.


Um poema do livro


Não ferem os amantes
as frestas
entre as frases.

Na língua em repouso
o desejo se dilata
até tocar o indizível.

A ausência das palavras
é palco dos olhos,
dos hálitos,
dos hábitos despidos.

Peles, pelos e peitos
entrelaçados,
bêbados de presente.

Um espetáculo
em que as proposições
são espectadoras
e aplaudem atônitas
a eloquência dos corpos.

Informações para a Imprensa
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Jornalistas responsáveis
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Colaboração: Gabriel Todaro e Juliana Castro




o mês que não terminou,
de francisco bosco e raul mourão







em belo horizonte
avessos — exposição de
selma weissmann







em curitiba
que fim levaram todas as flores,
de otto leopoldo winck


24 de outubro (quinta-feira), às 20 horas, no Mímesis Conexões Artísticas:
Rua Celestino Júnior, 189 - São Francisco




em belém
círculo filosófico:
anarquia e antipolítica,
com acácio augusto


Círculo Filosófico. Anarquia e antipolítica. Acácio Augusto. 24 de Outubro, às 20 h
Mediação: Nilson Oliveira

Acácio Augusto é Doutor em Ciências Sociais (Política) pela PUC-SP. Professor no Departamento de Relações Internacionais da UNIFESP. Pesquisador no Nu-Sol (Núcleo de Sociabilidade Libertária). Autor do livro Política e polícia: cuidados, controles e penalizações de jovens (Rio de Janeiro: Lamparina, 2013).

Lançamento de livros
ANTIFA: Manual Antifascista (Mark Bray)
2013: Memórias e Resistências (Camila Jourdan)
Anarquia y Lucha ANTIPOLÍTICA - Ayer y Hoy (Acácio Augusto)

Verme que só faz peso na terra
Tira o zóio, tira o zóio
Vê se me erra
Eu durmo pronto pra guerra
E eu não era assim
Eu tenho ódio e sei
O que é mal pra mim
...
Inimigo invisível
Judas incolor
Perseguido eu já nasci
Demorô!

(Racionais Mc's
Verme sai da reta!)




no rio de janeiro
balanço das lutas de 2019 e perspectivas
sob um ponto de vista revolucionário,
com vladimir safatle & cia.