7 de ago. de 2018


em belo horizonte
entre — uma casa que se torna:
concepção de dora bellavinha


ENTRE — uma casa que se torna estreou dia 4 de agosto no Memorial Minas Gerais Vale

A partir da obra da escritora portuguesa Maria Gabriela Llansol, a casa-instalação conecta dança, teatro, música, literatura e artes visuais e propõe encontro com o público na apresentação do espetáculo-performance com 8 sessões pra 30 espectadores cada. ENTRE segue aberta para visitação até 16 de setembro, de terça a domingo, e tem entrada gratuita

Como recriar e ressignificar a experiência de leitura de uma obra literária? Esse questionamento foi um ponto de partida para a criação de ENTRE — uma casa que se torna, projeto idealizado pela artista e pesquisadora Dora Bellavinha. O trabalho expande a experiência de escrita da autora portuguesa Maria Gabriela Llansol desconstruindo e materializando sua obra numa casa-instalação, que abre suas portas para o público de 4 de agosto a 16 de setembro, no Memorial Minas Gerais Vale — museu que integra o Circuito Liberdade.

A casa, com cerca de 70m² e composta por paredes de tecido, plantas e objetos que remetem a um lar, assume um novo formato a cada semana de exposição. A instalação penetrável busca simultaneamente acolher e inquietar criando um lugar de refúgio e batalha em meio ao caos urbano. É nesse cenário que acontecem as apresentações do espetáculo-performance inédito, que dá nome ao projeto.

Com 8 sessões gratuitas, cada uma para 30 espectadores, o trabalho parte de diversos textos de Llansol, que são reinventados na cena física e sonora. O público é convidado a habitar essa casa viva com suas antigas moradoras que, desdobrando questões do universo da escrita da autora portuguesa, apresentam um lugar onde as convenções sociais são ressignificadas e cada corpo tem sua própria lei de evolução.

Em cena, as performers Dora Bellavinha, Helena Carneiro, Olívia Zisman e Sara Marchezini propõem um espaço de convivência em que o poder não pode imperar. Paisagem onde tempos, espaços, seres e sons se sobrepõem sem se oprimir e compõem uma ritualística do encontro, tanto entre humanos, como entre as inumanidades de que somos feitos. Ativando odores e sabores, elementos visuais, táteis e sonoros, instaura-se uma experiência na qual os visitantes partilham do convívio. Jogos de improviso e a relação efetiva entre artistas e público conduzem a experiência.

ENTRE é uma transcriação da figura da casa, que atravessa a obra literária de Llansol. Casa que é corpo e texto, sem interior ou exterior, em constante (des)construção. Um abrigo para rebeldes, refugiados, excluídos. Um território possível, em diálogo com questões políticas do nosso tempo e elaborado pelas potências femininas tanto da escritora como das artistas. O trabalho busca uma revolução por meio da forma, do efeito lúdico, de um olhar poético. A casa é um espaço de resistência que não quer assumir os moldes dos discursos de opressão vigentes.

Além do penetrável e do espetáculo-performance, que ocupam o espaço da Galeria 2 do Memorial Vale, a Galeria 1 também recebe um extensão da instalação, numa curadoria expográfica, com obras que dialogam com o trabalho da escritora portuguesa: Os desenhos e textos Alguns Manifestos para Gabriela, do artista português Pedro Proença; os bordados intitulados Entre nós, da artista mineira Theodora; o vídeo da intervenção ENTRE, realizada no Pajubar e registrada por Daniel Ferreira; além do curta-metragem Por onde se entre, da própria Dora Bellavinha. A temporada no Memorial Minas Gerais Vale é financiada via Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Livraria Leitura.

Além disso, ENTRE — uma casa que se torna tem viagem prevista para Portugal em setembro, onde se apresentará na cidade de Sintra, cidade natal de Llansol. Em solo português, o trabalho foi convidado a participar do Festival Muscarium, organizado pela companhia portuguesa Teatromosca, sendo a primeira vez que um grupo do Brasil faz parte da programação oficial do festival.

HISTÓRICO DO PROJETO
ENTRE — uma casa que se torna se configura como um desdobramento da pesquisa de mestrado na Escola de Belas Artes da UFMG da artista Dora Bellavinha. Em dezembro de 2017, o projeto realizou uma mostra de processo no Centro de Referência da Juventude e se prepara agora para sua estreia no Memorial Minas Gerais Vale — no Circuito Liberdade. A proposta de acolhimento da casa quer alcançar indivíduos de todo estrato social e faixa etária. As ações das artistas são pautadas por elementos do teatro físico e textos de Llansol, adaptados à performance. Construídas a partir da teoria do movimento de Rudolf Laban; da experiência da dança do vazio do Butoh-Fu; das "ações físicas" do teatro ritual de Jerzy Grotowski; e pelo treinamento Rasaboxes, desenvolvido por Richard Schechner a partir das artes performáticas indianas; essas ações buscam recuperar a experiência do corpo primitivo, relacionada à comunicação pré-simbólica da criança e à fisicalidade da consciência indígena.

O trabalho se preocupa em desarmar uma perspectiva representacional da arte dramática/performativa, em prol de uma concepção do humano associado a princípios da natureza, ao corpo orgânico, e à criação como investigação espiritual. Além de ser uma proposição intermidiática com uma forma artística inovadora, o projeto também valoriza a obra da escritora Maria Gabriela Llansol, que vem ganhando espaço em diversos âmbitos artísticos no Brasil e a Europa, e é objeto de um estudo para novas práticas educacionais interdisciplinares para a educação básica e média.

foto ©joão abreu

SOBRE MARIA GABRIELA LLANSOL
Maria Gabriela Llansol nasceu em 1931, em Lisboa. Durante o exílio na Bélgica (1965- 1984), deu início a uma obra com mais de 26 livros, de gênero inclassificável, aos quais se seguem inúmeras publicações póstumas organizadas pelo Espaço Llansol, que mantém e disponibiliza o acervo de sua obra. Seu trabalho se destaca como a mais singular manifestação literária contemporânea da língua portuguesa, e tem sido traduzido ao redor do mundo para inglês, alemão, espanhol, francês e árabe. Seu reconhecimento se amplia de forma expressiva através de diversos congressos, encontros, colóquios e feiras literárias.

As obras de Maria Gabriela Llansol partem de uma perspectiva onde todos os seres, humanos e das diferentes espécies terrestres, se relacionam sem hierarquias de poder ou qualquer condição de servidão, afirmando um viés ecológico, de respeito à natureza e ao próximo. Seus textos negam as formas político-sociais corruptas que não contemplam as minorias ou os excluídos, e enfatiza a tolerância entre as diferentes formas de consciência, criando uma comunidade pautado no amor e no senso de responsabilidade mútua.

Seu texto não se restringe a um puro experimentalismo estético alheio à realidade – ele se move para os problemas do mundo em que vivemos. Esses valores parecem tocar questões essenciais, deturpadas pela efervescência, ao longo do globo, de políticas que ferem os direitos humanos. O projeto "ENTRE - uma casa que se torna" resgata todas essas questões de forma poética e inventiva, através da instalação e das ações performáticas.

SOBRE AS ARTISTAS
Isadora Bellavinha
Mestranda em Artes pela UFMG, Dora Bellavinha pesquisa a adaptação poética entre diferentes linguagens midiáticas como a escrita, o audiovisual, a performance cênica e sonora. Tem experiência em diferentes modalidades de dança, teatro e escrita criativa. Escreveu e dirigiu o espetáculo Antes que você parta pro teu baile, inspirado na obra da poeta Ana Cristina Cesar, em cartaz no Rio de Janeiro entre 2012 e 2015. Escreveu e dirigiu o curta-metragem Por onde se entra, exibido na Mostra Curta-Educação III, em 2013 e na revista eletrônica Editorial Garupa. Coreografou a obra Embora, de Isadhora Müller, no mesmo ano. Estreou os espetáculos Escombros da Babilônia e Babylon Cabaret, no Núcleo de Teatro do Espaço Comum Luiz Estrela, em 2017.

Helena Carneiro faz graduação em Teatro na Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Participou do grupo de dança "Dança Jovem", do coletivo “Movasse” e do grupo de dança "Quik Jovem", do projeto Quik Cidadania. Já Olivia Zisman é bacharel em Artes Cênicas – Habilitação em Direção Teatral pela UFRJ (2012). Trabalhou no ano de 2016 junto ao pesquisador Thomas Richards, no WORKCENTER OF JERZI GROTOWSKI AND THOMAS RICHARDS, em Pontedera (Itália). E Sara Marchezini faz graduação em Fisioterapia, no Instituto Metodista Izabela Hendrix. Formada em 2013 no curso técnico de dança do CEFAR – Centro de Formação Artística da Fundação Clóvis Salgado, Palácio das Artes, atualmente integra o Camaleão Grupo de Dança.

FICHA TÉCNICA
Concepção e direção geral: Dora Bellavinha
Codireção: Olívia Zisman
Performance: Dora Bellavinha, Helena Carneiro, Olivia Zisman, Sara Marchezini
Trilha sonora original: Manuel Andrade
Cenografia: Marcelo X e Dora Bellavinha
Assistente de cenografia: Izabel Marques
Cenotécnica: Ian Moura Dolabella, Cláudio Góis e Chiclete.
Figurino: Estúdio Ovelha
Designer de luz: Pâmella Rosa
Operação de luz: Pâmella Rosa e Camila Botelho
Operação de som: Bruno Lelis e Manuel Andrade
Produção executiva: New View Entretenimento e Comunicação.
Produção geral: Bruno Lelis e Dora Bellavinha
Assessoria de imprensa: Bremmer Guimarães
Design gráfico e ilustrações: Drin Cortes
Registro videográfico: Daniel Ferreira
Captação de som: Daniel Ayer Quintela
Técnico de som: Vinícius Alves
Fotografia: Carlos Hauck, Luisa Ranieri e Paulo Abreu
Costura: Jussara Bellavinha e Neide

SERVIÇO
ENTRE — uma casa que se torna
De 4 de agosto a 16 de setembro, no Memorial Minas Gerais Vale
Exposição/casa-instalação aberta para visitas de terça a domingo, de acordo com o funcionamento do museu
Espetáculo-performance nos dias 4, 11, 18 e 25 de agosto (sábado), às 11h30
9, 16, 23 e 30 de agosto (quinta), às 20h30
Entrada gratuita, com contribuição voluntária

CONTATO PARA IMPRENSA
Bremmer Guimarães - (31) 99680-9421
Dora Bellavinha - (31) 98833-7420

MEMORIAL MINAS GERAIS VALE
Endereço: Praça da Liberdade, 640, esq. Gonçalves Dias
Horário de funcionamento: terças, quartas, sextas e sábados, das 10h às 17h30, com permanência até 18h. Quintas, das 10h às 21h30, com permanência até 22h. Domingos, das 10h às 15h30, com permanência até 16h.

ASSESSORIA DE IMPRENSA Memorial Vale
Letícia Bessa – 31 99793-2491 | imprensa@luzcomunicacao.com.br
Jozane Faleiro – 31 3567-6714 | 99204-6367 jozane@luzcomunicacao.com.br




honra ao mérito a maria mazarello:
mazza edições


A Câmara Municipal de BH, por meio do vereador Arnaldo Godoy, homenageia a editora Maria Mazarello, fundadora da Mazza Edições, referência internacional na publicação de obras que abordam os diversos aspectos da cultura afro-brasileira e que contribuam para o debate da diversidade sociocultural brasileira.

Maria Mazarello tem um percurso intelectual e humano marcado pelo envolvimento com as questões sociais, políticas e culturais brasileiras. A experiência acumulada como uma das fundadoras da Editora do Professor e da Editora Vega, nos anos 60 e 70, e, logo após, com o mestrado em Editoração realizado em Paris, consolidou-se na Mazza Edições.

São mais de três décadas divulgando novos olhares sobre Antropologia, Sociologia, História (publicações referentes às práticas do sagrado, aos movimentos sociais e à formação da historiografia brasileira), Educação (publicações sobre as relações entre escola e sociedade, material didático e paradidático), Literatura Brasileira (prosa e poesia contemporâneas), Literatura Infantil e Infantojuvenil (coleções interativas e paradidáticas, livros de imagens).

A Mazza Edições reflete em seu catálogo o empenho de escritores e leitores, que acreditam na construção de uma sociedade baseada na ética, na justiça e na liberdade, abordando a cultura afro-brasileira relacionada a um grande segmento das populações excluídas no Brasil.

Terça-feira, 7 de agosto de 2018, às 19h
Câmara Municipal de Belo Horizonte
Av. dos Andradas, 3100 – Santa Efigênia




no rio de janeiro
vernissage: cadu leal
[carlos eduardo leal]


Rapsody in Blues
Acrílica sobre Tela
Acrylic on Canvas
100 X 80
Cadu Leal | 2018

10 de agosto, às 16h | Hotel Sofitel de Ipanema: Av. Vieira Souto, 460
Curadoria: Lu Valença




em brasília
mar remoto,
de ana maria lopes








em salvador
a vozedita — saraus de poesia,
com iolanda costa e cia.


Largo do Pelourinho, 15 – Pelourinho