no rio de janeiro
p.o.e.m.a.,
de regina miranda
©adriano fagundes
P.O.E.M.A. é uma instalação
performática imersiva e interativa que, ao reagir ao ritmo respiratório de
participantes aleatórios, cria uma experiência viva entre bailarinos e plateia,
ambos imersos em uma ambientação física, que
dá suporte estético à articulação entre realidade virtual, dança, música
e videodança. Tendo como indicadores o
ar, o corpo e a água, a performance e o ambiente se transformam de acordo com
essas interações, presença e ausência se articulam como deslizes do mesmo e
momentos poéticos únicos e jamais repetidos emergem desta criatividade
coletiva.
Idealizada,
coreografada e dirigida por Regina
Miranda, a instalação conta com a colaboração dos artistas internacionais Mirjana Prpa (Servia), arquiteta
especializada na criação artística de ambientes de realidade virtual, Kivanç Tatar (Turquia), músico que se
dedica a processos generativos de criação musical eletrônica, e reúne três
intérpretes-criadoras da Companhia de
Regina Miranda – Marina Salomon,
Patrícia Niedermeier e Marina Magalhães — que se dedicam a
pesquisas de performance interativa com Regina.
Em P.O.E.M.A., a composição
coreográfica prevê a articulação em tempo real de dados previamente
estabelecidos em 200 células coreográficas de duração variada, cujos
indicadores são o ar e a água. A cenografia de Natalia Lana, os figurinos de Luiza
Marcier, o vídeo de Barbara Branco
e a luz de Luiz Paulo Nenen,
completam a ambientação imersiva.
Processo de Criação de P.O.E.M.A.
Em P.O.E.M.A., processo e realização são
de tal forma intrincados que se tornaria difícil separar um do outro. Sua "complexidade
tecnológico-expressiva" envolve tecnologias de música generativa em
conjunto com as de realidade virtual individual e imersiva e, de forma
inovadora, efetua um salto tecnológico criado especialmente para o projeto no
sentido de criar sistemas para a passagem simultânea de uma imagem muito
pequena, vista em óculos RIFT, para a projeção de grande dimensão necessária
para a sensação de imersão coletiva desejada pela idealizadora.
Tendo como
indicadores o ar, o corpo e a água, na abordagem tecnológica de P.O.E.M.A., um membro desconhecido e
voluntário da plateia é ligado a um sensor de alta sensibilidade e seu ritmo
respiratório se torna a "célula tronco" da instalação, gerando som e imagem. Ar e
água enquanto conceito, e som e imagem como elementos intensivos da instalação
formam o ambiente com o qual a dança dialoga. Quando o sensor é desligado,
cessam também as imagens e a música generativa e um certo tipo de silêncio, uma
ausência prenhe de reverberações, se faz presente.
Nesse momento, o
trabalho se desdobra em mais uma camada , que acontece na integração de dança
em tempo real, videodança e música original criada a partir de textos de
Regina. No vídeo e na cena o conceito de
"corpo ausente" é trabalhado, enquanto os textos aparecem como
vestígios de voz geradores de silencio e matéria para uma composição musical de
Kivanç Tatar, criada especialmente
para P.O.E.M.A.
Para concretizar
a ideia de corpos autônomos em espaço e tempos indeterminados, o video-dança
que acontece nesta "região de silêncio" é produzido por meio da
técnica de vídeo-mapping. Aqui, o aleatório também se faz presente, já que não
se sabe quando uma nova pessoa será
ligada aos sensores. Assim, presença e ausência se encontram não como opostos,
mas como deslizes do mesmo.
Até mesmo os
ensaios para P.O.E.M.A. são bastante
diferentes daqueles voltados para uma coreografia tradicional. Após o
aprendizado das células coreográficas, a prática se volta para não criar ou
memorizar uma coreografia definitiva, mas sim para a explorar um número vasto
de possibilidades de articulação. A intenção é que aconteça uma dança sempre
diferente em cada momento, composta a partir da articulação expressiva de dados
previamente absorvidos pelo computador
humano encarnado.
P.O.E.M.A.
Ficha Técnica
Idealização,
Coreografia e Direção: Regina Miranda
Ambiente Virtual: Mirjana
Prpa
Composição
Musical Eletrônica: Kivanç Tatar
Companhia Regina Miranda & Atores Bailarinos
- Intérpretes-Criadoras: Marina Salomon,
Patrícia Niedermeier e Marina Magalhães
Cenografia: Natalia Lana
Figurinos: Luiza Marcier
Iluminação: Luiz Paulo Nenen
Fotografia: Adriano
Fagundes
VideoDança: Barbara Castro e Luiz Ludwig
Design Gráfico: Karyn Mathuiy
Produção
Executiva: Denise Escudero
Serviço
Local: OI Futuro – Flamengo
Nivel 1
Rua Dois de Dezembro, 63 - Flamengo
Tel.: (21) 3131-3080
Datas: de 19 de julho a 21 de agosto
Terça a domingo das 11h as 20h
• a instalação virtual imersiva é apresentada das 11h às 20h
•
as performances
presenciais são apresentadas das
16h30 às 19h30
Classificação indicativa: livre
Entrada franca
em são paulo
desconcertos de poesia:
julho
org. claudinei vieira
Reunir o que há
de melhor da poesia e letras da moderna literatura brasileira. Descobrir o que
está acontecendo de melhor e o que está surgindo com força e beleza, com ímpeto
e profundidade. Ouvir o balanço do som, o ritmo da prosa, a malemolência da música,
curtir o clima, e as pessoas. Ambientar num dos mais charmosos e impactantes
espaços dedicados à Poesia e à Cultura, o Patuscada.
E tomar cerveja.
Desconcertos de Julho promete
ser um dos mais emocionantes de toda a sua história. Com os poetas Frederico Barbosa, Celso Alencar, Ana Rüsche,
Karine Kelly Pereira, Lilian Aquino. Veteranos já de longa
caminhada pela Poesia (por sua belezas e agruras) ou recém-iniciados, mas já
com toda uma pegada e força particulares. E, além de tudo, a música de Nolam Quintella.
19 de julho, terça-feira, 19 h
Patuscada — Livraria, bar, café
Rua Luis Murat, 40
(11) 98158-3270
reflexões sobre a poesia,
por izacyl guimarães
em belo horizonte
cicatrizes urbanas,
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festival
bandas novas 2016