18 de jul. de 2016

no rio de janeiro
p.o.e.m.a.,
de regina miranda


©adriano fagundes

P.O.E.M.A. é uma instalação performática imersiva e interativa que, ao reagir ao ritmo respiratório de participantes aleatórios, cria uma experiência viva entre bailarinos e plateia, ambos imersos em uma ambientação física, que  dá suporte estético à articulação entre realidade virtual, dança, música e videodança.  Tendo como indicadores o ar, o corpo e a água, a performance e o ambiente se transformam de acordo com essas interações, presença e ausência se articulam como deslizes do mesmo e momentos poéticos únicos e jamais repetidos emergem desta criatividade coletiva.

Idealizada, coreografada e dirigida por Regina Miranda, a instalação conta com a colaboração dos artistas internacionais Mirjana Prpa (Servia), arquiteta especializada na criação artística de ambientes de realidade virtual, Kivanç Tatar (Turquia), músico que se dedica a processos generativos de criação musical eletrônica, e reúne três intérpretes-criadoras da Companhia de Regina MirandaMarina Salomon, Patrícia Niedermeier e Marina Magalhães — que se dedicam a pesquisas de performance interativa com Regina. Em P.O.E.M.A., a composição coreográfica prevê a articulação em tempo real de dados previamente estabelecidos em 200 células coreográficas de duração variada, cujos indicadores são o ar e a água. A cenografia de Natalia Lana, os figurinos de Luiza Marcier, o vídeo de Barbara Branco e a luz de Luiz Paulo Nenen, completam a ambientação imersiva.

Processo de Criação de P.O.E.M.A.
Em P.O.E.M.A., processo e realização são de tal forma intrincados que se tornaria difícil separar um do outro. Sua "complexidade tecnológico-expressiva" envolve tecnologias de música generativa em conjunto com as de realidade virtual individual e imersiva e, de forma inovadora, efetua um salto tecnológico criado especialmente para o projeto no sentido de criar sistemas para a passagem simultânea de uma imagem muito pequena, vista em óculos RIFT, para a projeção de grande dimensão necessária para a sensação de imersão coletiva desejada pela idealizadora.

Tendo como indicadores o ar, o corpo e a água, na abordagem tecnológica de P.O.E.M.A., um membro desconhecido e voluntário da plateia é ligado a um sensor de alta sensibilidade e seu ritmo respiratório se torna a "célula tronco"  da instalação, gerando som e imagem. Ar e água enquanto conceito, e som e imagem como elementos intensivos da instalação formam o ambiente com o qual a dança dialoga. Quando o sensor é desligado, cessam também as imagens e a música generativa e um certo tipo de silêncio, uma ausência prenhe de reverberações, se faz presente.

Nesse momento, o trabalho se desdobra em mais uma camada , que acontece na integração de dança em tempo real, videodança e música original criada a partir de textos de Regina. No vídeo e na cena o conceito de  "corpo ausente" é trabalhado, enquanto os textos aparecem como vestígios de voz geradores de silencio e matéria para uma composição musical de Kivanç Tatar, criada especialmente para P.O.E.M.A.

Para concretizar a ideia de corpos autônomos em espaço e tempos indeterminados, o video-dança que acontece nesta "região de silêncio" é produzido por meio da técnica de vídeo-mapping. Aqui, o aleatório também se faz presente, já que não se sabe quando uma nova  pessoa será ligada aos sensores. Assim, presença e ausência se encontram não como opostos, mas como deslizes do mesmo.

Até mesmo os ensaios para P.O.E.M.A. são bastante diferentes daqueles voltados para uma coreografia tradicional. Após o aprendizado das células coreográficas, a prática se volta para não criar ou memorizar uma coreografia definitiva, mas sim para a explorar um número vasto de possibilidades de articulação. A intenção é que aconteça uma dança sempre diferente em cada momento, composta a partir da articulação expressiva de dados previamente absorvidos  pelo computador humano encarnado.

P.O.E.M.A.

Ficha Técnica
Idealização, Coreografia  e Direção: Regina Miranda
Ambiente  Virtual: Mirjana Prpa
Composição Musical Eletrônica: Kivanç Tatar
Companhia Regina Miranda & Atores Bailarinos - Intérpretes-Criadoras: Marina Salomon, Patrícia Niedermeier e Marina Magalhães
Cenografia: Natalia Lana
Figurinos: Luiza Marcier
Iluminação: Luiz Paulo Nenen
Fotografia: Adriano  Fagundes
VideoDança: Barbara Castro e Luiz Ludwig
Design Gráfico: Karyn Mathuiy
Produção Executiva: Denise Escudero

Serviço
Local: OI Futuro – Flamengo
Nivel 1
Rua Dois de Dezembro, 63 - Flamengo
Tel.: (21) 3131-3080
Datas: de 19 de julho a 21 de agosto
Terça a domingo das 11h as 20h
a instalação virtual imersiva é apresentada das 11h às 20h
as performances presenciais são apresentadas das 16h30 às 19h30
Classificação indicativa: livre
Entrada franca




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desconcertos de poesia: julho
org. claudinei vieira


 
Reunir o que há de melhor da poesia e letras da moderna literatura brasileira. Descobrir o que está acontecendo de melhor e o que está surgindo com força e beleza, com ímpeto e profundidade. Ouvir o balanço do som, o ritmo da prosa, a malemolência da música, curtir o clima, e as pessoas. Ambientar num dos mais charmosos e impactantes espaços dedicados à Poesia e à Cultura, o Patuscada. E tomar cerveja.

Desconcertos de Julho promete ser um dos mais emocionantes de toda a sua história. Com os poetas Frederico Barbosa, Celso Alencar, Ana Rüsche, Karine Kelly Pereira, Lilian Aquino. Veteranos já de longa caminhada pela Poesia (por sua belezas e agruras) ou recém-iniciados, mas já com toda uma pegada e força particulares. E, além de tudo, a música de Nolam Quintella.

19 de julho, terça-feira, 19 h
Patuscada — Livraria, bar, café
Rua Luis Murat, 40
(11) 98158-3270




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