em são paulo
o especulador de olhos invisíveis
de carne: cia. corpos nômades
O Especulador de Olhos Invisíveis de Carne
Estreia Temporada 2016
18/03/2016
no Espaço Cênico O LUGAR
O Especulador de Olhos Invisíveis de Carne
— Novo espetáculo da Cia. Corpos Nômades
envolve a sessão de sufocamento das grandes cidades, pela especulação
imobiliária, pela má utilização e distribuição do solo. O texto "O
Despovoador" de Samuel Beckett — escrito no final da década de sessenta —
serve como importante inspiração e provocação para esta criação, além de se
alinhavar a outras fontes inspiratórias fundamentais: os locais visitados em
1999 — revisitados em 2014 e 2015 — pela Cia. Corpos Nômades, na região centro
norte da cidade, na extinta Favela do Gato, nas aldeias dos
índios Guaranis na região noroeste (Pico do Jaraguá) e na Zona Sul (Krukutu e
Tenondé-porã). Esses alinhavos feitos com diferentes texturas e sensações
somados aos pensamentos de Deleuze e Guattari sobre o Capitalismo e Esquizofrênia deram de forma estranha e
inquietante os tons da dramaturgia às coreografias, brotando dessa junção as
ditas "coreodramaturgrafias" — termo que designa as junções:
movimentos vocais e corporais, textos, projeções, trilha sonora, elementos
cênicos com as coreografias.
O Espaço Cênico O LUGAR (Baixo Augusta –
São Paulo) comemora, em 2016, nove anos de existência como sede da Companhia.
Neste local, desenvolveram-se ações artísticas constantes de formação, criação
e difusão em dança contemporânea envolvendo milhares de pessoas. Atualmente a
Petrobras é a patrocinadora da manutenção da Cia. Corpos Nômades.
A nova obra da
companhia dirigida pelo coreógrafo e bailarino João Andreazzi resgata o princípio da ideia do "corpo nômade",
inquietação artística de Andreazzi,
dando sequência a uma pesquisa iniciada há 16 anos, cujo lugar/foco foi a
extinta Favela do Gato — hoje conjunto
habitacional do Parque do Gato — e a Cultura Guarani, nas aldeias Krukutu e do
Jaraguá. Lugares que foram revisitados em 2014 e 2015 com o intuito de se
observar as modificações ocorridas.
Nesse processo,
os textos de Samuel Beckett, como "O Despovoador, serviram de condutores
para as escolhas dos elementos cênicos e elaboração da
coreodramaturgrafia. "Para este
espetáculo resgatamos o conceito de "nômade", da errância do corpo,
para encontrar um caminho que nos permeia neste sistema em que vivemos, uma
compreensão do período de existência desses corpos e as transformações que ali
ocorreram", explica Andreazzi.
"Vi e gostei
bastante, é representativo daquilo que a companhia define como coreodramaturgrafia,
num processo constante de inscrição e resignificação do corpo.
A ideia é mesmo a do "corpo nômade" e retoma a pesquisa
iniciada em 1999, realizada na Favela do Gato — hoje Conjunto Habitacional
Parque do Gato — e com a Cultura Guarani, nas aldeias Krukutu
e do Jaraguá, que foram revisitadas em 2014 e 2015. O espetáculo mescla a
cultura guarani com a obra de Beckett, mais propriamente com o conto "O
despovoador".
A crítica ao capitalismo se dá num processo de
construção e reconstrução do cenário urbano e também dos
corpos que o habitam. A ideia de um nomadismo que abarca favelas, conjuntos
habitacionais, moradias provisórias, um Minha Casa Tantas Vidas, identidades
compostas e fragmentadas. A cenografia é bonita, traz imagens em vídeo e
elementos de desconstrução e reconstrução do espaço: de lonas a casinhas de
madeira, de palha de coqueiro a garrafas pet que servem como uma espécie de
artefato de respiração ou representação do sufoco contemporâneo com os
performers enchendo-as e esvaziando-as com a boca.
O "especulador" do título remete à ideia da ocupação urbana
determinada pelo poder aquisitivo na construção incessante do lucro, mas o que
se desconstrói é também o corpo. Trata-se do esgotamento do espaço proposto por
Beckett e perpassado pelas reflexões e provocações de Deleuze e
Guatarri. Bonita demais
uma passagem do texto que trata dessa perspectiva mostrando que a angústia
existencial se inscreve também no físico, neste atrito de corpos que se
esbarram, se comunicam, disputam o mesmo espaço, transpiram,
se amam, se violentam. É um retrato do corpo urbano e da eterna luta de
ocupação do espaço pelo homem. Uma guerra de nervos, levada às últimas
consequências e à flor da pele".
Por Célia Musilli,
jornalista.
Ficha Técnica
Concepção e
Direção: João Andreazzi | Elenco: Dresler Aguilera, Gervasio Braz, João
Andreazzi e Letícia Mantovani | Trilha
Sonora: Felipe Julian | Iluminação: Décio Filho | Figurino: David Schumaker | Cenário e Vídeo: Cia. Corpos Nômades e David
Schumaker | Designer Gráfico: Juliana
Basile | Agradecimentos: Marcos Tupã
(Aldeia Krukutu), Francisca Guarani (Aldeia
Krukutu), Tupãzinho (Aldeia krukutu),
Sr. Sassa (Favela do Gato), Dona Maria (Favela do Gato), Davi Martins (Aldeia Jaraguá), Jacira Minelli Andreazzi, Marcela Costa, Talita Bertanha, Claudio
Willer.
Serviço - Sinopse: O Especulador de Olhos
Invisíveis de Carne
Novo espetáculo
da Cia. Corpos Nômades envolve a
sessão de sufocamento das grandes cidades, pela especulação imobiliária e pela
má utilização/distribuição do solo. O texto "O Despovoador" de Samuel
Beckett (escrito no final da década de sessenta) serve como uma importante
inspiração/provocação para esta criação e se alinhava a outras fundamentais
fontes inspiratórias: os locais visitados em 1999 e revisitados em 2014 e 2015,
pela Cia. Corpos Nômades, na região centro norte da cidade, na extinta Favela do Gato, nas
aldeias dos índios Guaranis na região noroeste (Pico do Jaraguá) e na Zona Sul
(Krukutu e Tenondé-porã).
Temporada: 18 de março a 01 de maio de 2016. Sempre às sextas e sábados às 21h e domingos
às 20h. Preços: R$ 20,00 (inteira)
e R$ 10,00 (meia), a bilheteria abre
com 1 hora de antecedência. Lotação: 60
pessoas | Faixa Etária indicada: 14
anos | Duração: 50 minutos. Convênio com Estacionamento: Ueda Park Rua Augusta, 108
(R$10,00, por 12h).
ESPAÇO CÊNICO O LUGAR – Rua
Augusta, 325 – Consolação
Reservas e
informações – (11) 3237-3224 e (11) 99231-4457 ou pelo e-mail
ciacorposnomades@gmail.com.
Facebook: www.facebook.com/ciacorpos.nomadesi
festival literário
[eu sou poeta]
A produção
poética feita por mulheres é esquecida com insistência por boa parte da crítica
literária, pela curadoria de festivais e antologias e, até mesmo, por poetas.
Pensando nessa discrepância de tratamento, 11 poetAs de 7 cidades do país se
uniram para fazer um festival literário que lance uma lupa sobre a questão. [eu sou poeta] é um festival literário
pensado para combater a invisibilidade da produção poética de mulheres.
Entretanto, acaba por ser também um momento de análise e balanço sobre esta
produção.
A primeira edição
de [eu sou poeta] acontecerá em São Paulo, nos dias 19 e 20 de março. E são previstas edições
em diversas cidades do país com mesas, oficinas e debates que tragam questões
urgentes e necessárias para a atualidade, como lugar de fala, estética poética,
inventividade, tradução, produção cultural e literária que evidencie a obra de
mulheres poetas. [eu sou poeta] e você, é poeta por quê?
Dia 19 de março às 10h e dia 20 de março às 19h
Biblioteca Alceu Amoroso Lima - CSMB
Rua Henrique Schaumann, 777- Pinheiros
Programação gratuita, sujeita a alteração
Dia 19 março, sábado
10h - Oficina Lendo Mulheres: a potência da poesia
feminina
Com Jeanne Callegari
Não haverá
inscrição prévia. É só chegar, a lotação é de 30 pessoas.
14h - Abertura
15h - Clube de Leitura
Mediadoras: Lubi Prates e Pilar Bu
Livro: Do desejo, Hilda Hilst
Convidada: A
confirmar
Não haverá
inscrição prévia. É só chegar, a lotação é de 30 pessoas.
16h - Tradutoras
Mediadora: Francesca Cricelli
Convidadas: Ana Cecília, Sarah Valle e Maurício
Santana Dias
18h - Sarau microfone aberto
Dia 20 de março, domingo
10h - Oficina de fanzine: as línguas e os idiomas das
mulheres
Mediadora: Julia Francisca autora da zine
[nectarina]
Oficina para
mulheres conhecer a linguagem do fanzine e aprender a publicar seus escritos
com autonomia. Espaço de diálogo e troca de escritos, referências visuais e
técnicas de publicação. O objetivo é reconhecer as diferentes vozes das
mulheres e encontrar meios para que nós possamos falar para o mundo, publicar
textos, etc.
Não haverá
inscrição prévia. É só chegar, a lotação é de 30 pessoas.
14h - Poesia é resistência?
Mediadora: Juliana Bernardo
Convidadas: Tula Pilar, Jarid Arraes, Geruza Zelnys
e Jenyffer Nascimento
16h - Mulheres e invenção
Mediadora: Maíra Mendes Galvão
Convidadas: Fabiana Faleiros, Luisa Nóbrega, Julia Mendes
e Dirceu Villa
18h - Microfone aberto
19h - Encerramento: abraço geral
em belo horizonte
yũrei, caberê,
de claudinei vieira
em montes claros
11ª semana cultural
igor xavier
performance poética
uvas bacantes