em recife
coesia,
de raimundo de moraes,
alma henning & aymmar rodriguéz
uma coesia e três autores
No próximo dia 12 de março o escritor e jornalista Raimundo de Moraes apresenta aos
leitores mais um personagem baseado na heteronímia — palavra que na linguagem
literária significa pluralidade de personalidades na produção autoral, tendo
Fernando Pessoa como o exemplo mais conhecido na língua portuguesa.
No livro Coesia surge a poeta americana (de
origem sueca) Alma Henning, que
teria escapado da 2ª Guerra Mundial junto com os pais, numa longa peregrinação
de fuga, incluindo o Brasil na rota. Na segunda parte do livro, retorna Aymmar Rodriguéz, fazendo um grande
contraponto de estilo, tempo e temática: enquanto a
poesia de Alma nos remete ao movimento hippie e
às lutas feministas da década de 1960, Aymmar
nos traz o contemporâneo — ácido e irreverente, já registrado em seus livros
anteriores, Baba de moço e Pornópolis.
O lançamento
coincide com o aniversário de Olinda e Recife, e neste Coesia a capital pernambucana é retratada como uma monstruosa
cadela, através do longo poema de Aymmar
Rodriguéz, chamado "A cadela emplumada" — uma espécie de mini
épico, acompanhando o crescimento da cidade desde o seu nascimento até os dias
atuais.
Em seguida ao
lançamento, será realizado um recital no auditório da Livraria Cultura Paço Alfândega, onde vários autores irão dizer
poemas de Raimundo de Moraes e de
seus heterônimos: Alma, Aymmar e Semíramis.
Serviço
Lançamento do livro Coesia
Alma Henning, Aymmar Rodriguéz, Raimundo de Moraes
[posfácio de Lourival Holanda]
Data: 12 de março, às 18h30
Local: Livraria Cultura Paço Alfândega
R$ 25,00
Geografia do nada
[Alma Henning]
Subir numas das
serras de Nevada
montando um
mustang sem sela
como se John
Huston filmasse outra elegia
aos desajustados
sem perdão
Entrar na boca do
grande peixe
Jonas e Melville
sentados na língua fofa
navegando em
direção ao Tahiti
para beijar as
polinésias de Gauguin
Rebolar, mostrar
o umbigo
fazer dupla com
Mata Hari
trair pátrias que
nunca tive
tentar encontrar
o fim do exílio
e pertencer a
alguma história já escrita
em natal
por isso eu amo em azul intenso,
de regina azevedo
no rio de janeiro
miopia,
de ∑. ramos
em governador valadares
sarau do psia
dia nacional da poesia
em belo horizonte
vórtex você,
de jorge rocha
a ética do bem-dizer nos estudos
lacanianos sobre a comédia,
de laura lustosa rubião
em cataguases
o mar de outrora & poemas de agora,
de ronaldo werneck
em são paulo
(des)focagens da literatura,
de maria heloísa martins
dias
diálogos instigantes:
trocando ideias sobre
educação, artes visuais e literatura