em belo horizonte
as nove páginas de alberto silva,
de ádlei carvalho
no rio de janeiro
contraresiliente,
de zeh gustavo
Em uma atmosfera
social em que a arte, assim como a ciência e a educação, precisam ser
defendidas de vários ataques, com ecos e atos de censura se disseminando cá e
acolá, o carioca, ora radicado em Cuiabá, Zeh
Gustavo, lança, no Rio de Janeiro, no dia
1º/10, terça-feira, seu novo livro: Contrarresiliente
(Editora Viés). Equilibrando lirismo e manifesto, Contrarresiliente — o primeiro livro de Zeh desde Eu algum na multidão de motocicletas verdes
agonizantes, vencedor do Prêmio Lima Barreto da Academia Carioca de Letras
— carrega uma marca de nascença: a busca por uma poética antibarbárie e
libertária.
Sobre o livro
Um livro de
poesia como Contrarresiliente já
nasce ultrajado pelas suas parcas condições de circulação e sob o vilipêndio da
inutilidade. Requer, pois, sua feitura, um tesão ímpar: o de apresentar, diante
da maré arredia, um peixe que nada num sentido que lhe é estranho. Na rede da
resiliência, reza o receituário à disposição do indivíduo que se refastela
afogado na correnteza: cuide-se, trate de melhorar, superar, dar aquele upgrade
e seguir. Ainda que em caso de topada, de uma tragédia parente, de um massacre
diário; ou mesmo de uma cisão da sociedade em nome da ascensão de monstrengos
fascistas, fundamentalistas religiosos ou idiotas empoderados. "Aceita que
dói menos", diz o conselho de algum conterrâneo crápula (quem hoje não o
tem, quando "tá na moda ser um canalhinha"?). Ou o livro de
autoajuda. Ou o especialista em saúde de portais que nunca se abrem senão para
um breve like. Se um caráter resiliente molda o indivíduo para a sua adequação —
o que, em tese, sempre se faz necessário à vida em sociedade —, um outro,
contrarresiliente, ora anuncia, em versos, seu método: não conformar a carne
tampouco o gesto tampouco o grito. Reverberrar. Poética e aproximadamente:
resistir, a apurar o faro no brio-brilho da lâmina com que se corta a veia do
caudaloso rio das bestas, que tudo ameaça tomar.
Sobre o autor
Zeh Gustavo é músico,
escritor, revisor. Mexe com poesia, canto, letra, conto. Dividido entre duas
cidades, Cuiabá e Rio de Janeiro, faz parte do Terreiro de Breque e do
Triuaipi. Publicou, além de participações em coletâneas como Porremas e O meu lugar, os livros Eu
algum na multidão de motocicletas verdes agonizantes, Pedagogia do suprimido, A
perspectiva do quase e Idade do Zero.
Contrarresiliente: lançamento do livro
Terça, 1º/10, 19 h
Casa Porto
Largo São Francisco da Prainha, 4 - Sobrado - Saúde
em são paulo
amália atrás de amália,
de marco aqueiva
Amália pensa que
é Amália. Perdeu o emprego, a amiga e — a maior de todas as perdas — a própria
filha. Desde sempre se sente perseguida, e o pior é que se vê envolvida
insidiosamente por outras perdas que a impedem de encontrar o paradeiro de sua
filha. Uma força sobre-humana poderosíssima volta-se contra ela: criaturas
aparentemente extraordinárias põem o mundo real à prova e os danos se
multiplicam. Nessa narrativa distópica, os perseguidores são muitos e tentam se
impor com os mais insuspeitos estratagemas, exigindo da personagem o que ela
ainda não sabe de si mesma. Em busca de sua filha, Amália está atrás de Amália.
quem mora na minha boca?,
de cristina arruda e
tatiane fernandes novaes
em maringá
a mulher que ri,
de thays pretti
em joão monlevade
2º festival metalúrgico
do chopp