em belo horizonte
entre — uma casa que se torna:
concepção de dora bellavinha
ENTRE — uma casa que se torna estreou dia 4 de agosto
no Memorial Minas Gerais Vale
A partir da obra
da escritora portuguesa Maria Gabriela
Llansol, a casa-instalação conecta dança, teatro, música, literatura e
artes visuais e propõe encontro com o público na apresentação do
espetáculo-performance com 8 sessões pra 30 espectadores cada. ENTRE segue aberta para visitação até 16 de setembro, de terça a domingo,
e tem entrada gratuita
Como recriar e
ressignificar a experiência de leitura de uma obra literária? Esse
questionamento foi um ponto de partida para a criação de ENTRE — uma casa que se torna, projeto idealizado pela artista e
pesquisadora Dora Bellavinha. O
trabalho expande a experiência de escrita da autora portuguesa Maria Gabriela Llansol desconstruindo e
materializando sua obra numa casa-instalação, que abre suas portas para o
público de 4 de agosto a 16 de setembro,
no Memorial Minas Gerais Vale —
museu que integra o Circuito Liberdade.
A casa, com cerca
de 70m² e composta por paredes de tecido, plantas e objetos que remetem a um
lar, assume um novo formato a cada semana de exposição. A instalação penetrável
busca simultaneamente acolher e inquietar criando um lugar de refúgio e batalha
em meio ao caos urbano. É nesse cenário que acontecem as apresentações do
espetáculo-performance inédito, que dá nome ao projeto.
Com 8 sessões
gratuitas, cada uma para 30 espectadores, o trabalho parte de diversos textos
de Llansol, que são reinventados na
cena física e sonora. O público é convidado a habitar essa casa viva com suas
antigas moradoras que, desdobrando questões do universo da escrita da autora
portuguesa, apresentam um lugar onde as convenções sociais são ressignificadas
e cada corpo tem sua própria lei de evolução.
Em cena, as
performers Dora Bellavinha, Helena Carneiro, Olívia Zisman e Sara
Marchezini propõem um espaço de convivência em que o poder não pode
imperar. Paisagem onde tempos, espaços, seres e sons se sobrepõem sem se
oprimir e compõem uma ritualística do encontro, tanto entre humanos, como entre
as inumanidades de que somos feitos. Ativando odores e sabores, elementos
visuais, táteis e sonoros, instaura-se uma experiência na qual os visitantes
partilham do convívio. Jogos de improviso e a relação efetiva entre artistas e
público conduzem a experiência.
ENTRE é uma
transcriação da figura da casa, que atravessa a obra literária de Llansol. Casa que é corpo e texto, sem
interior ou exterior, em constante (des)construção. Um abrigo para rebeldes,
refugiados, excluídos. Um território possível, em diálogo com questões
políticas do nosso tempo e elaborado pelas potências femininas tanto da
escritora como das artistas. O trabalho busca uma revolução por meio da forma,
do efeito lúdico, de um olhar poético. A casa é um espaço de resistência que
não quer assumir os moldes dos discursos de opressão vigentes.
Além do
penetrável e do espetáculo-performance, que ocupam o espaço da Galeria 2 do
Memorial Vale, a Galeria 1 também recebe um extensão da instalação, numa
curadoria expográfica, com obras que dialogam com o trabalho da escritora portuguesa:
Os desenhos e textos Alguns Manifestos
para Gabriela, do artista português Pedro
Proença; os bordados intitulados Entre
nós, da artista mineira Theodora;
o vídeo da intervenção ENTRE,
realizada no Pajubar e registrada por Daniel
Ferreira; além do curta-metragem Por
onde se entre, da própria Dora
Bellavinha. A temporada no Memorial
Minas Gerais Vale é financiada via Lei
Estadual de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Livraria Leitura.
Além disso, ENTRE — uma casa que se torna tem
viagem prevista para Portugal em setembro, onde se apresentará na cidade de
Sintra, cidade natal de Llansol. Em
solo português, o trabalho foi convidado a participar do Festival Muscarium, organizado pela companhia portuguesa Teatromosca, sendo a primeira vez que
um grupo do Brasil faz parte da programação oficial do festival.
HISTÓRICO DO PROJETO
ENTRE — uma casa que se torna se
configura como um desdobramento da pesquisa de mestrado na Escola de Belas
Artes da UFMG da artista Dora Bellavinha.
Em dezembro de 2017, o projeto realizou uma mostra de processo no Centro de
Referência da Juventude e se prepara agora para sua estreia no Memorial Minas
Gerais Vale — no Circuito Liberdade. A proposta de acolhimento da casa quer
alcançar indivíduos de todo estrato social e faixa etária. As ações das
artistas são pautadas por elementos do teatro físico e textos de Llansol, adaptados à performance.
Construídas a partir da teoria do movimento de Rudolf Laban; da experiência da
dança do vazio do Butoh-Fu; das
"ações físicas" do teatro ritual de Jerzy Grotowski; e pelo treinamento Rasaboxes, desenvolvido por Richard Schechner a partir das artes
performáticas indianas; essas ações buscam recuperar a experiência do corpo
primitivo, relacionada à comunicação pré-simbólica da criança e à fisicalidade
da consciência indígena.
O trabalho se
preocupa em desarmar uma perspectiva representacional da arte
dramática/performativa, em prol de uma concepção do humano associado a
princípios da natureza, ao corpo orgânico, e à criação como investigação
espiritual. Além de ser uma proposição intermidiática com uma forma artística
inovadora, o projeto também valoriza a obra da escritora Maria Gabriela Llansol, que vem ganhando espaço em diversos âmbitos
artísticos no Brasil e a Europa, e é objeto de um estudo para novas práticas
educacionais interdisciplinares para a educação básica e média.
foto ©joão abreu
SOBRE MARIA GABRIELA LLANSOL
Maria Gabriela Llansol
nasceu em 1931, em Lisboa. Durante o exílio na Bélgica (1965- 1984), deu início
a uma obra com mais de 26 livros, de gênero inclassificável, aos quais se
seguem inúmeras publicações póstumas organizadas pelo Espaço Llansol, que
mantém e disponibiliza o acervo de sua obra. Seu trabalho se destaca como a mais
singular manifestação literária contemporânea da língua portuguesa, e tem sido
traduzido ao redor do mundo para inglês, alemão, espanhol, francês e árabe. Seu
reconhecimento se amplia de forma expressiva através de diversos congressos,
encontros, colóquios e feiras literárias.
As obras de Maria Gabriela Llansol partem de uma
perspectiva onde todos os seres, humanos e das diferentes espécies terrestres,
se relacionam sem hierarquias de poder ou qualquer condição de servidão,
afirmando um viés ecológico, de respeito à natureza e ao próximo. Seus textos
negam as formas político-sociais corruptas que não contemplam as minorias ou os
excluídos, e enfatiza a tolerância entre as diferentes formas de consciência,
criando uma comunidade pautado no amor e no senso de responsabilidade mútua.
Seu texto não se
restringe a um puro experimentalismo estético alheio à realidade – ele se move
para os problemas do mundo em que vivemos. Esses valores parecem tocar questões
essenciais, deturpadas pela efervescência, ao longo do globo, de políticas que
ferem os direitos humanos. O projeto "ENTRE - uma casa que se torna"
resgata todas essas questões de forma poética e inventiva, através da
instalação e das ações performáticas.
SOBRE AS ARTISTAS
Isadora Bellavinha
Mestranda em
Artes pela UFMG, Dora Bellavinha
pesquisa a adaptação poética entre diferentes linguagens midiáticas como a
escrita, o audiovisual, a performance cênica e sonora. Tem experiência em
diferentes modalidades de dança, teatro e escrita criativa. Escreveu e dirigiu
o espetáculo Antes que você parta pro
teu baile, inspirado na obra da poeta Ana
Cristina Cesar, em cartaz no Rio de Janeiro entre 2012 e 2015. Escreveu e
dirigiu o curta-metragem Por onde se
entra, exibido na Mostra
Curta-Educação III, em 2013 e na revista eletrônica Editorial Garupa.
Coreografou a obra Embora, de Isadhora Müller, no mesmo ano. Estreou
os espetáculos Escombros da Babilônia
e Babylon Cabaret, no Núcleo de Teatro do Espaço Comum Luiz
Estrela, em 2017.
Helena Carneiro faz graduação em
Teatro na Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Participou do grupo de
dança "Dança Jovem", do coletivo “Movasse” e do grupo de dança
"Quik Jovem", do projeto Quik Cidadania. Já Olivia Zisman é bacharel
em Artes Cênicas – Habilitação em Direção Teatral pela UFRJ (2012). Trabalhou
no ano de 2016 junto ao pesquisador Thomas Richards, no WORKCENTER OF JERZI
GROTOWSKI AND THOMAS RICHARDS, em Pontedera (Itália). E Sara Marchezini faz
graduação em Fisioterapia, no Instituto Metodista Izabela Hendrix. Formada em
2013 no curso técnico de dança do CEFAR – Centro de Formação Artística da
Fundação Clóvis Salgado, Palácio das Artes, atualmente integra o Camaleão Grupo
de Dança.
FICHA TÉCNICA
Concepção e direção geral: Dora Bellavinha
Codireção: Olívia Zisman
Performance: Dora Bellavinha, Helena Carneiro, Olivia
Zisman, Sara Marchezini
Trilha sonora original: Manuel Andrade
Cenografia: Marcelo X e Dora Bellavinha
Assistente de cenografia: Izabel Marques
Cenotécnica: Ian Moura Dolabella, Cláudio Góis e
Chiclete.
Figurino: Estúdio Ovelha
Designer de luz: Pâmella Rosa
Operação de luz: Pâmella Rosa e Camila Botelho
Operação de som: Bruno Lelis e Manuel Andrade
Produção executiva: New View Entretenimento e
Comunicação.
Produção geral: Bruno Lelis e Dora Bellavinha
Assessoria de imprensa: Bremmer Guimarães
Design gráfico e ilustrações: Drin Cortes
Registro videográfico: Daniel Ferreira
Captação de som: Daniel Ayer Quintela
Técnico de som: Vinícius Alves
Fotografia: Carlos Hauck, Luisa Ranieri e Paulo Abreu
Costura: Jussara Bellavinha e Neide
SERVIÇO
ENTRE — uma casa que se torna
De 4 de agosto a 16 de setembro, no Memorial Minas
Gerais Vale
Exposição/casa-instalação aberta para visitas de terça
a domingo, de acordo com o funcionamento do museu
Espetáculo-performance nos dias 4, 11, 18 e 25 de
agosto (sábado), às 11h30
9, 16, 23 e 30 de agosto (quinta), às 20h30
Entrada gratuita, com contribuição voluntária
CONTATO PARA IMPRENSA
Bremmer Guimarães - (31) 99680-9421
Dora Bellavinha - (31) 98833-7420
MEMORIAL MINAS GERAIS VALE
Endereço: Praça da Liberdade, 640, esq. Gonçalves Dias
Horário de funcionamento: terças, quartas, sextas e
sábados, das 10h às 17h30, com permanência até 18h. Quintas, das 10h às 21h30,
com permanência até 22h. Domingos, das 10h às 15h30, com permanência até 16h.
ASSESSORIA DE IMPRENSA Memorial Vale
Letícia Bessa – 31 99793-2491 | imprensa@luzcomunicacao.com.br
Jozane Faleiro – 31 3567-6714 | 99204-6367 | jozane@luzcomunicacao.com.br
honra ao mérito
a maria mazarello:
mazza edições
A Câmara Municipal de BH, por meio do
vereador Arnaldo Godoy, homenageia a
editora Maria Mazarello, fundadora
da Mazza Edições, referência
internacional na publicação de obras que abordam os diversos aspectos da
cultura afro-brasileira e que contribuam para o debate da diversidade
sociocultural brasileira.
Maria Mazarello tem um percurso
intelectual e humano marcado pelo envolvimento com as questões sociais,
políticas e culturais brasileiras. A experiência acumulada como uma das
fundadoras da Editora do Professor e da Editora Vega, nos anos 60 e 70, e, logo
após, com o mestrado em Editoração realizado em Paris, consolidou-se na Mazza Edições.
São mais de três
décadas divulgando novos olhares sobre Antropologia, Sociologia, História
(publicações referentes às práticas do sagrado, aos movimentos sociais e à
formação da historiografia brasileira), Educação (publicações sobre as relações
entre escola e sociedade, material didático e paradidático), Literatura
Brasileira (prosa e poesia contemporâneas), Literatura Infantil e
Infantojuvenil (coleções interativas e paradidáticas, livros de imagens).
A Mazza Edições reflete em seu catálogo o
empenho de escritores e leitores, que acreditam na construção de uma sociedade
baseada na ética, na justiça e na liberdade, abordando a cultura
afro-brasileira relacionada a um grande segmento das populações excluídas no
Brasil.
Terça-feira, 7 de agosto de 2018, às 19h
Câmara Municipal de Belo Horizonte
Av. dos Andradas, 3100 – Santa Efigênia
no rio de janeiro
vernissage:
cadu leal
[carlos eduardo leal]
Rapsody in Blues
Acrílica sobre Tela
Acrylic on Canvas
100 X 80
Cadu Leal | 2018
10 de agosto, às 16h | Hotel Sofitel de Ipanema: Av. Vieira Souto,
460
Curadoria: Lu Valença
em brasília
mar remoto,
de ana maria lopes
em salvador
a vozedita
— saraus de poesia,
com iolanda costa e cia.
Largo do Pelourinho, 15 – Pelourinho