no
rio de janeiro
alarme,
livro póstumo
de
iosif landau
voa,
voa, canalha
[iosif
landau]
não
sei e se soubesse de nada adiantaria,
vivo
uma catástrofe mental, furacão anal,
Macbeth
e Hamlet na mesma cama:
"to be or not to be? to be", com certeza dois viados,
entretanto,
nada igual nem mesmo semelhante,
num
heroico brado o tarado bardo vocifera:
"vá
dormir, durma profundamente e esqueça essa merda!".
e
só pra contrariar, visto asas, voo sobre a cidade,
panorama
de telhados fumegantes, piscinas suspensas,
favelas
elegantes, antenas Lucy in the Sky.
levado
por corrente ascendente, mergulho pro asfalto,
—
um pombo assustado pelas buzinas e tiros de bazuca —
e
ouço uma porta bater numa casa da Vila na Penha,
que
é a porta de entrada pros meus sonhos de rato alado,
e
multicoloridos amores desfalecidos, insistindo em sânscrito:
"deitar
com seu rosto enterrado em nossas vulvas podres".
com
muito cagaço e infinita coragem, outro voo repentino,
estou
fazendo loopings sobre o oceano,
cazzo,
onde está García Lorca, o heroico homossexual,
"y
el niño que enterraron esta mañana lloraba tanto
que
hubo necesidad de llamar a los perros para que callase".
a
gravidade em gravidade me leva pra baixo,
me
faz lembrar do amor entre homens e mulheres,
pais
e filhos, irmãos, amigos, que bom que era
um
beijo de paixão entre velhos desdentados
e
o abraço de tesão de carnes flácidas.
os
deuses libertinos por libidinagem decretaram:
"abandonado
e livre nunca mais acordará
vendo
seu rosto triste e lívido,
nessa
vasta ilusão de esperma líquido".
meus
olhos se reviram, minhas pálpebras se agitam,
se
abrem como asas sobre o iceberg mundo,
e
esses rabiscos na areia: seriam seu rosto, minha amada?
minhas
mãos não desenham morte nem desejo,
meu
inexistente reinado iça as velas,
inalo
o calor da minha imagem sacra, sacripanta.
na
estação das letras
gabriel
garcía márquez: o
inventor de fábulas,
por
darío henao
restrepo
Darío
Henao Restrepo
é professor da Universidad del Valle (Colômbia), pesquisador de Literatura
Colombiana e Latinoamericana, diretor do doutorado em Estudos
Afro-Latinoamericanos e do Centro Virtual Isaacs, um portal cultural do Pacífico
colombiano. Publicou, entre outros, Imágenes de América, Borges poeta, África está aquí, La negritud en la novela
colombiana.
Dia
30 de maio (sexta-feira)
Das
18 h às 20 h
As
senhas serão distribuídas 30 minutos antes do início.
A
Estação fica na Marquês de Abrantes, 177, no Flamengo.
quantos
quadros
exposição
de amador perez
em
são paulo
matrizes
impressas do oral
conto
russo no sertão,
de
jerusa pires
ferreira
coração
peludo,
de
plínio camillo
O
escritor Plínio Camillo e a Editora Kazúa convidam para o
lançamento da coletânea de contos Coração Peludo.
Data:
31 de maio
Local:
Rua Espártaco, 499 – Vila Romana - Lapa
Horário:
das 16 às 20 h
em
belo horizonte
hoje
tem clube?
org. flávia abreu,
geisa
mara batista
e mônica
lages